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Resenha: In The Absence Of Light, de Adrienne Wilder

Oi, gente. Tudo bem? Hoje eu vim falar de um livro diferente do que provavelmente a maioria das pessoas está acostumada, mas ele me marcou bastante e acho que ele marcaria qualquer pessoa que o lesse, independente do gênero literário que normalmente a pessoa goste.

O livro se chama "In The Absence of Light" da Adrienne Wilder, e antes de começar, acho que vale a pena dar uma olhada na sinopse.

Sinopse: "Durante anos Grant Kessler contrabandeou produtos de uma ponta do mundo a outra. No entanto, quando os negócios mudaram e se tornaram algo que Grant não estava disposto a seguir, ele decide se aposentar e ao que tudo indica, resolve criar raízes em uma cidadezinha no meio do nada, chamada Durstrand. No entanto, na verdade, seu real plano é esperar por alguns anos, deixar o FBI perder interesse e então, se mudar para o litoral, onde sempre sonhou viver.

Sofrendo de grave autismo, Morgan não consegue olhar as pessoas nos olhos, diferenciar direita de esquerda e tem tiques nervosos incontroláveis. Ainda assim, ele venceu todos os obstáculos que a vida lhe impôs e quando Grant Kessler se muda para a cidade, Morgan não tem vergonha de mostrar o quanto ele o deseja.

Enquanto a atração é mútua, Grant afasta Morgan, pois ele, como o restante do mundo, não consegue ver além do comportamento estranho de Morgan.

Até que Morgan mostra a Grant como a luz te deixa ver, porém, também pode te cegar. E, uma vez que Grant abre seus olhos, ele perde seu coração para o incrível e lindo enigma que é o homem, que foi capaz de mudar a sua vida para sempre."

Como vocês perceberam pela sinopse, o livro conta a história de Morgan, um homem que sofre com o autismo, e Grant, um ex criminoso que vai para essa pequena cidade do interior permanecer até que o FBI não o tenha mais em seu radar. Acontece que nem tudo é o que parece e como a autora nos ensina lindamente no livro, a luz muitas vezes engana e não nos permite enxergar o que realmente importa, o que muitas vezes impossibilita que conheçamos e vivenciemos experiências e pessoas incríveis.
"A luz é uma coisa engraçada Grant. A gente pensa que ela nos mostra o que precisamos ver, mas na realidade, ela nos cega. É por isso que eu lhe trouxe aqui hoje. Eu queria que você ME visse." Morgan

Eu quero começar falando do Morgan, porque ele é simplesmente um protagonista espetacular. Sim, ele sofre de autismo, mas em nenhum momento ele deixa isso o abalar. Ele não é deficiente, incapaz, como muitas pessoas pensam e jamais deixa o preconceito impedir que ele conquiste aquilo que deseja.

Eu devo confessar que eu não conhecia muito da doença e também pensei que de certa forma ela pudesse incapacitar a pessoa de compreender ou agir de forma normal. Mas Morgan me ensinou diferente. Ele sofre sim com o descontrole que a doença lhe causa, os tiques são bastante acentuados e o impedem de fazer determinadas coisas. No entanto, por outro lado, ele trabalha, mora sozinho, se locomove, namora e faz basicamente tudo o que uma pessoa “normal” faria, e se vamos ser sinceros, ele faz até mais do que muita gente, certamente mais do que eu sou capaz boa parte do tempo.

Além disso, ele esculpe lindas esculturas através do vidro, que além de exuberantes são uma lição e um símbolo de superação por si só. O Morgan não é “normal”, ele é mais, muito mais do que a maioria das pessoas pensam. Ele enxerga aquilo que os outros não veem e nos mostra a beleza naquilo que não conseguimos compreender. A trajetória dele ao longo do livro é linda, não só pelo crescimento dele, afinal ele já era mais do que qualquer pessoa pudesse esperar, mas pela superação que ele demonstra, pelo poder de perdoar, de confiar novamente, de amar e principalmente, de ensinar ao resto do mundo aquilo que muitas vezes não somos capazes de enxergar sozinhos.


Grant, o que falar dele. No início, só pela sinopse, eu achei que não ia gostar muito dele sabem? Um estereótipo de ex bandido que não quer se apegar a nada, mas como eu estava errada. O Grant é um cara que não teve muitas opções na vida. Com 15 anos contou aos pais que era gay e foi colocado pra fora de casa. Apenas um menino, com 20 dólares no bolso, morando nas ruas frias do Alabama. Ele acaba conseguindo uma carona e vai parar em Chicago, onde, resumindo, ele acaba como aprendiz de contrabandista de jóias, arte, carros e outros objetos de luxo. Ele cresce nessa vida e apesar de tudo mantém parte da sua moral.

Não me entendam mal, ele transporta bens de luxo roubados, mas ao mesmo tempo se mantém longe daqueles envolvidos com tráfico humano, drogas e armas. Ele é uma contradição ambulante, mas ao longo do livro ele tem um crescimento tão grande que não tem como não se apaixonar por ele. Por todas as coisas que ele já passou na vida, Grant tem um jeito de menino que é adorável. Sim, ele é alto, forte, bad boy e criminoso. Mas ele também é inseguro, tem um coração de ouro, uma capacidade de perdoar incrível e mais importante de tudo, deseja somente ser amado e aceito, algo que nunca teve de sua família.
"Ele me olhou novamente. Dessa vez, sua expressão era mais do que suave, mas sim uma expressão de gratidão. Morgan me capturou com aquele olhar e todas as coisas que precisavam ser ditas estavam ali. Faladas em silêncio. Passadas através do tempo-espaço. Esqueça sentir-se inteligente. Isso não era nada comparado ao que era ser o centro do universo de alguém." Grant
A trama gira em torno de diversos elementos: o passado criminoso de Grant, que o ligam ao FBI e a outros criminosos; o passado amoroso de Grant com um tal agente infiltrado do governo; a história de Morgan e sua superação da doença, bem como os dramas vividos por ele antes de Grant chegar à cidade. No geral é um romance, com bastante suspense, uma pitada de drama e momentos de muita risada que não vai permitir que você largue o livro do começo ao fim.

Além disso, os personagens secundários são demais!! Veja bem, eles moram em uma cidade minúscula que todo mundo conhece todo mundo e você pensa: eles devem ser preconceituosos e atrasados. NÃO! Lógico, em todo lugar tem aqueles de mente fechada, mas no geral a cidade toda os aceita e com aquele jeitinho de cidade pequena, que todo mundo cuida da vida de todo mundo, mas sempre com a melhor das intenções, o livro te prende e te faz querer conhecer cada personagem incrível e único de perto.

Infelizmente o livro não foi traduzido para o português e nem sei se será, já que o estilo não é tão difundido no Brasil. Mas é uma leiturta 5 estrelas que eu acredito que vale o esforço de quem tem um inglês básico ou intermediário, porque eu honestamente acho que você não vai se arrepender.

Bom, espero que tenham gostado e em breve a gente volta com mais resenhas pra deixar vocês por dentro de tudo que está rolando no universo literário!
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